quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ARTIGO

Reflexões acerca da educação

Final de ano é tempo de bipolaridade: de euforia e depressão, inquietações e expectativas. Momento de possibilidades, de concretização de sonhos, mas também de incertezas e possíveis frustrações. Nenhum resultado, seja ele bom ou mau, se dá do dia para a noite. Nada acontece inesperadamente quando o assunto é educação. A aprendizagem efetivamente acontece como resultado de um processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral do ser humano. Porém, para que a mesma aconteça, é fundamental que haja um sincronismo entre aluno/professor/família.

Neste momento crepuscular do ano, um grande número de estudantes está com a consciência ferida porque passou o ano de forma irresponsável e relapsa. E, nesse contexto, é sabido que muitos pais atravessam o ano letivo em total “abstinência participativa” da vida escolar de seus filhos.

Entretanto, na ânsia de recuperar o tempo perdido e com isso evitar a reprovação, muitos pais resolvem colocar seus filhos em professores particulares, cortam todo e qualquer divertimento, cobram de maneira repreensiva dando muito mais importância à aprovação “a qualquer jeito” do que à aprendizagem propriamente dita. Enfim, não se preocupam para que haja um aproveitamento suficiente em relação ao ano seguinte.

Naturalmente, quem aprende assim, tudo por cima, de última hora, só se mexendo no final do ano, está sendo incentivado a empurrar tudo com a barriga. Essas questões se sobrepõem a outras que não se restringem à escola. Evidenciamos uma crise na educação que abrange família, escola, poderes, instituições...

Não gosto de dezembro. As pessoas correm, como se o mundo fosse acabar, e não o ano, na ilusão de que o tempo perdido durante os 365 dias seja recuperado em um único mês. Nessa corrida, alguns vencem, porém, outros fracassam e, obviamente, no final, terão aqueles pais que irão procurar culpados para o fracasso do seu filho.

Fica a sugestão, não para ser praticada neste final de ano, mas para colocar em prática no ano que se iniciará em breve. Pais, sejam participativos desde o início do ano, acompanhando o desempenho do filho de perto e auxiliando-o no sentido de superar possíveis dificuldades. Com essa atitude, seu filho se sentirá motivado a desempenhar melhor o seu papel de estudante. Mas tudo isso deve acontecer no decorrer do período letivo e não somente no final do ano, quando já não há tempo hábil para se tentar reverter a situação.

*Professora estadual em São Pedro do Sul

DANUSE DALLA LANA TATSCH*

sábado, 5 de novembro de 2011

O ECA e a liberdade na gestão escolar

Por Terezinha Tarcitano no "A Razão"

O que acontece hoje com a educação no Brasil? Por conta de determinados alunos carentes de valores morais e éticos ou arrogantes em face de sua posição social,mas, sobretudo devido a promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente(ECA),muitos professores tornaram-se refém dos alunos e, os gestores de ensino,refém dos pais desses alunos.O Estatuto,que visa a proteção dos direitos da criança e do adolescente,na prática,se volta contra eles.Isso se deve,muitas vezes,a uma interpretação equivocada que se faz da lei.
Mesmo sendo considerada uma das leis mais avançadas na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes;por um lado, o ECA supostamente garante que todos os menores,independentemente de cor,etnia ou classe social,sejam tratados como pessoas que precisam de atenção,proteção e cuidados especiais para se desenvolverem e tornarem-se adultos saudáveis.Por outro , existe um lado sombrio que acaba por engessar as ações dos gestores de escolas no sentido de tentar corrigir comportamentos sociais inadequados ou mesmo inaceitáveis de muitos estudantes nos níveis fundamental e médio,com consequências desastrosas para o futuro dessas crianças e da sociedade.
No capítulo IV,inciso III do artigo 53,a lei rege que toda criança e adolescente tem "direito de contestar critérios avaliativos,podendo recorrer às instâncias escolares superiores".Esta disposição legal restringe a prerrogativa,anteriormente concedida à escola,de impor sanções educativas.Suspensões ou mesmo expulsões de aluno por atos inadequados ao ambiente escolar tornaram-se praticamente impossíveis.Isso ocasiona uma grande falta de respeito que está e alastrando,especialmente no ensino privado.
Quando da suspensão do seu filho por falha grave cometida,muitos pais,empunhado o ECA,senão acompanhados por um advogado,exigem seus "direitos",com alegações de que ele estaria sendo discriminado, e por aí vai, como se fossem partes legítimas(testemunhas oculares) do processo ensino-aprendizagemque ocorre no interior da escola.Curioso é que muitos desses pais jamais participam de uma reunião na escola.Esse tipo de atitudes enfraquece a prerrogativa de professores e diretores de zelarem pelo bom andamento dos trabalhos e da educação em suas instituições.Desde o advento do ECA,tornou-se necessário a manutenção de extensos registros,comunicações aos pais,ao longo do ano,de todos os atos faltosos cometidos pelo aluno(independentemente da gravidade) para que,somente ao final do ano,este seja convidado a se retirar da escola.
Enquanto isso, determinados alunos julgam-se donos da situação,praticam  "bullyng" e toda a sorte de atos e comportamentos inadequados ao ambiente escolar,pois contam com o respaldo de pais negligentes,que se valem do ECA para livrarem seus filhos das penalidades por seus atos.Na realidade,querem assim,amenizar a culpa por sua ausência e por falharem em repassar aos seus filhos valores éticos,morais e comportamentais meramente compatíveis à vida em sociedade.Isso pode se tornar uma bola de neve,pois,com o passar dos  anos a personalidade dos filhos tende a piorar e,consequentemente,atitudes tidas como reprováveis passarão a  ser inaceitáveis  ou,quiçá,criminosas.Tudo isso se reflete na adolescência,especialmente no final do Ensino Médio.
Fica a pergunta:o que serão desses alunos no futuro?O que restará para os professores e gestores dos colégios?Onde ficará a educação?Professores jamais  deveriam se sentir  intimidados por alunos e, muito menos,sofrerem pressão por parte dos gestores no sentido de "aliviá-los"por temos de a escola ser acionada na justiça.Sim,este processo está inverso.Sou do tempo em que a educação começava em casa,inicaindo pelo respeito aos mais velhos e à autoridade e se refletia no colégio no respeito aos preofessores(sim,o professor é autoridade em sala de aula!).
Não sou contra o que reza o ECA, fruto da luta de movimentos sociais,de educadores,de profissionais,de especialistas e de pessoas preocupadas com as condições da infância e da juventude.Apenas acredito em algumas leis devem ser revistas para que não sejam usadas contra os princípios humanos e que, no futuro,os alunos sejam pessoas de bem,com moral e virtudes intrínsecos,e não alvos de possíveis discriminações sociais,comportamentais e afetivas.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

OS RICOS POBRES por Martha Medeiros

(...)O Brasil tem saída se deixar de ser preconceituoso com os ricos-ricos(que ganham dinheiro honestamente e sabem que ele serve não só para proporcionar conforto,mas também para promover o conhecimento) e se valorizar os pobres-ricos,que são aqueles inúmeros indivíduos que fazem malabarismo para sobreviver mas, por outro lado,são interessados em teatro,música,cinema,literatura,moda,esportes,gastronomia,tecnologia e , principalmente,interessados nos outros seres humanos,fazendo da sua cidade um lugar desafiante e empolgante.É esse o luxo de que precisamos,porque luxo é ter recursos para melhorar o mundo que nos coube.E recurso não é só money:é atitude e informação.

domingo, 2 de outubro de 2011

Empinando Pipa e Sistema de Numeração Decimal







 Empinando Pipa


Meu nome é __________________________________________.
Tenho ______ anos e moro com os meus ____________________.
Meu passatempo predileto é empinar _____________.
Gosto tanto desta brincadeira que eu mesmo faço ______________ ________________________________________________.
Eu adoro usar papeis coloridos, mas a minha cor favorita é _______ _____________________.
Minha_________________________ só me deixa empinar pipa quando estou de férias.
Até concordo com ela porque nós, crianças, devemos sempre ser alunos _________________________________________.
Por falar nisso faltam poucos dias para as minhas férias chegarem. Aí sim vou ____________________________________ o dia todo!





















SISTEMA DE NUMERAÇÃO DECIMAL

Os hindus que inventaram os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 contavam quantidades agrupando elementos de dez em dez. Por esse motivo, o sistema de numeração dos hindus é um sistema que usamos até hoje para escrever os nossos números.

10 unidades =  1 dezena
10 dezenas  =  1 centena
10 centenas =  1 unidade de milhar

No sistema de numeração decimal cada algarismo ocupa uma posição no número. Essa posição é chamada ordem.
O número 327.456, por exemplo, tem seis ordens.

3  2  7 . 4  5  6
1ª ordem  – UNIDADES
2ª ordem  – DEZENAS
3ª ordem  – CENTENAS
4ª ordem  – UNIDADES DE MILHAR
5ª ordem  – DEZENA DE MILHAR
6ª ordem  – CENTENAS DE MILHAR

Um conjunto de três ordens forma uma classe.


4ª CLASSE
3ª CLASSE
2ª CLASSE
1ª CLASSE
Bilhões
Milhões
Milhares
Unidade Simples
12ª ordem
11ª ordem
10ª ordem
9ª ordem
8ª ordem
7ª ordem
6ª ordem
5ª ordem
4ª ordem
3ª ordem
2ª ordem
1ª ordem
C
D
U
C
D
U
C
D
U
C
D
U


















OS NÍVEIS DA ALFABETIZAÇÃO

OS NÍVEIS DA ALFABETIZAÇÃO

PRIMEIRO NÍVEL PRÉ-SILÁBICO I
Nesse nível o aluno pensa que se escreve com desenhos. As letras não querem dizer nada para ele. A professora pede que ele escreva “bola”, por exemplo, e ele desenha uma bola. a professora pede que ele escreva “cachorro” e ele desenha um cachorro.


SEGUNDO NÍVELPRÉ-SILÁBICO II
O ALUNO JÁ SABE QUE NÃO SE ESCREVE COM DESENHOS. ELE JÁ USA LETRAS OU, SE NÃO CONHECE NENHUMA, USA ALGUM TIPO DE SINAL OU RABISCO QUE LEMBRE LETRAS.
NESSE NÍVEL O ALUNO AINDA NEM DESCONFIA QUE AS LETRAS POSSAM TER QUALQUER RELAÇÃO COM OS SONS DA FALA. ELE SÓ SABE QUE SE ESCREVE COM SÍMBOLOS, MAS NÃO RELACIONA ESSES SÍMBOLOS COM A LÍNGUA ORAL. ACHA QUE COISAS GRANDES DEVEM TER NOMES COM MUITAS LETRAS E COISAS PEQUENAS DEVEM TER NOMES COM POUCAS LETRAS. ACREDITA QUE PARA QUE UMA ESCRITA POSSA SER LIDA DEVE TER PELO MENOS TRÊS SÍMBOLOS. CASO CONTRÁRIO, PARA ELE, “NÃO É PALAVRA, É PURA LETRA”.

TERCEIRO NÍVELSILÁBICO
O ALUNO DESCOBRIU QUE AS LETRAS REPRESENTAM OS SONS DA FALA, MAS PENSA QUE CADA LETRA É UMA SÍLABA ORAL. SE ALGUÉM LHE PERGUNTA QUANTAS LETRAS É PRECISO PARA ESCREVER “CABEÇA”, POR EXEMPLO, ELE REPETE A PALAVRA PARA SI MESMO, DEVAGAR, CONTANDO AS SÍLABAS ORAIS E RESPONDE: TRÊS, UMA PARA “CA”, UMA PARA “BE” E UMA PARA “ÇA”

QUARTO NÍVELALFABÉTICO
O ALUNO COMPREENDEU COMO SE ESCREVE USANDO AS LETRAS DO ALFABETO. DESCOBRIU QUE CADA LETRA REPRESENTA UM SOM DA FALA E QUE É PRECISO JUNTÁ-LAS DE UM JEITO QUE FORMEM SÍLABAS DE PALAVRAS DE NOSSA LÍNGUA.







TRABALHANDO COM LETRAS, PALAVRAS E TEXTOS

No trabalho em classes de alfabetização não existe uma ordem fixa em que as coisas têm de ser feitas. Os alunos não aprendem aos pedaços, um item depois do outro, do mais fácil para o mais difícil. Pelo contrário, eles aprendem fazendo muitas relações entre tudo o que faz parte do que chamamos de campo conceitual da alfabetização. O que vem a ser isso? É um conjunto de situações que dão sentido aos atos de escrever e ler. Por isso eles aprendem escrevendo e lendo. Para que isso aconteça, o professor deve propor diariamente atividades que envolvam letras, palavras e textos. Não pode se enganar achando que se está trabalhando com textos já está naturalmente trabalhando com palavras e letras.
Durante o processo de alfabetização o professor competente em criar situações didáticas que permitam aos seus alunos pensar sobre a escrita deve estar atento às especificidades do trabalho com letras, com palavras e com textos. Seus objetivos para os três não são os mesmos e todos são igualmente importantes.

PARA O ALUNO PRÉ-SILÁBICO
v  Associar palavras e objetos;
v  Memorizar palavras globalmente;
v  Analisar palavras quanto ao número de letras, inicial e final;
v  Distinguir letras e números;
v  Reconhecer as letras do alfabeto (cursiva e bastão);
v  Familiarizar-se com os aspectos sonoros das letras através das iniciais de palavras significativas;
v  Relacionar discurso oral e texto escrito;
v  Distinguir imagem de escrita;
v  Observar a orientação espacial dos textos;
v  Produzir textos pré-silabicamente;
v  Ouvir e compreender histórias;
v  Identificar letras e palavras em textos de conteúdo conhecido.


PARA O ALUNO SILÁBICO
v  reconhecer a primeira letra das palavras no contexto da sílaba inicial;
v  comparar palavras memorizadas globalmente com a hipótese silábica;
v  Contar o número de letra das palavras;
v  Desmembrar oralmente as palavras em suas sílabas;
v  Reconhecer o som das letras pela análise da primeira sílaba das palavras;
v  Reconhecer a forma e as posições dos dois tipos de letras: cursiva e  maiúscula;
v  Identificar palavras em textos de conteúdo conhecido (qualquer tipo de palavra);
v  Produzir textos silabicamente;
v  Ouvir e compreender histórias;
v  Completar palavras com as letras que faltam (observando que o número de letras presentes exceda sempre o número de sílabas da palavra).


PARA O ALUNO ALFABÉTICO
v  Compor palavras com sílabas;
v  Decompor palavras em suas sílabas;
v  Produzir textos alfabeticamente;
v  Ler textos de seu nível;
v  Completar palavras com as sílabas que faltam;
v  Observar a segmentação entre as palavras no texto;
v  Observar os sinais de pontuação;
v  Ouvir e compreender histórias;
v  Completar textos com palavras;
v  Construir frases com palavras dadas.




RUI BARBOSA

De tanto ver triunfar as nulidades;
de tanto ver prosperar a desonra,
 de tanto ver crescer a injustiça.
 De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra
 e a ter vergonha de ser honesto.

A BORBOLETA por Olavo Bilac

Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é  linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.

Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.

Contente, o menino grita:
“É a primeira que apanho,
Mamãe!vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!

Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.”

Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: “Que mal te fazia,
Meu filho, esse animazinho,
Que livre e alegre vivia?

Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...

Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?”

Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.

“Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima crescente
De tua mãe adorada...

Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”

domingo, 28 de agosto de 2011

TECNOLOGIA:USAR OU NÃO?

por Marina Azaredo

Muito se fala hoje sobre os poderes da tecnologia na Educação. Nós mesmos, aqui no Educar, já fizemos várias reportagens sobre o tema, como essa matéria que indica 40 sites educativos. A matéria teve sua primeira versão em 2009 e até hoje é uma das mais acessadas do nosso site, grande prova de realmente é um assunto de interesse dos nossos leitores.

Mas, diante de notícias de escolas que já adotaram tablets e lousas interativas, pergunta-se cada vez mais se tudo isso é eficaz para o que o Brasil realmente precisa: melhorar a qualidade do ensino e o desempenho escolar das nossas crianças e adolescentes. Pois um projeto recente da Dell mostrou que sim. Se aliada a programas pedagógicos, desenvolvimento de conteúdo, capacitação de professores e envolvimento da comunidade, a tecnologia tem, sim, poder de mudança.

O projeto Aula Interativa foi implantado em 23 escolas públicas de Hortolândia (SP), beneficiando mais de 6 mil alunos e 100 professores de 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental e 1º e 2º anos do Ensino Médio. Além de toda a parafernália tecnológica, que inclui lousa interativa, conexão sem fio, sistema de som, impressora e computador para professor, o Aula Interativa tem conteúdo desenvolvido por especialistas da Universidade de São Paulo (USP). E os professores envolvidos recebem treinamento para trabalhar com a nova metodologia pedagógica.

Os resultados do projeto foram avaliados pela Unesco e são bastante animadores: o rendimento em matemática dos alunos do Ensino Fundamental que participaram do projeto melhorou 20% — sete vezes mais que o grupo de controle, que foi apenas observado, e não recebeu o projeto.  Segundo o estudo, 44% dos alunos responderam que aulas ministradas com tecnologia ficam mais interessantes e 54%, que estas aulas incentivaram o interesse pelo estudo.

Veja os depoimentos de uma professora e de uma estudante envolvidas no projeto:

 “Este projeto é um meio de mostrar que a Educação no Brasil tem solução. É um começo de uma nova forma de educar – com inovação, interatividade e participação. Acho que esse é o caminho certo!”Ana Maria Gonçalves Rocha, professora de Português da Escola Estadual Professora Paulina Rosa

“Agora eu me interesso mais pela aula, porque ela é mais interessante e tem mais recursos, e aprendo melhor porque é bem mais fácil ver e ouvir o que está sendo ensinado.”Rebeca Cristina Silva de Oliveira, estudante da Escola Estadual Manoel Ignácio

A segunda etapa do projeto começou no início deste ano: os alunos receberam netbooks. Será que com computadores individuais o desempenho dos estudantes vai ficar ainda melhor? Vamos aguardar os resultados

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Alunos bagunceiros

Por Içami Tiba
 
Aluno bagunceiro em sala de aula é o que perturba o andamento da aula, prejudicando a aprendizagem - não só a própria como a dos outros colegas. Não vou listar aqui as bagunças mais comuns ou até mesmo as especiais para não estimular o leitor a ser mais um bagunceiro e nem para alimentar a turma da bagunça. 
A bagunça é contagiante. A imitação é um forte componente do aprendizado infantil e juvenil, assim como é a necessidade de pertencer a um grupo. Existe um vínculo entre os enturmados que favorece com que um imite o outro. O grupo, ou turma, reforça o comportamento de um bagunceiro por dois motivos: sensações de prazer e de pertencimento. Em geral é a de pertencimento que gera a idéia: o que um faz, todos fazem.
Geralmente um aluno faz bagunça quando se sente respaldado pelo seu grupo. Raramente quem se sente isolado, fragilizado ou rejeitado faz bagunça a não ser para ser aceito pela “turma dos bagunceiros”.  
As bagunças podem ter várias origens:

  1. A aula é muito parada, enfadonha e sonífera. A bagunça pode ser até um movimento de vida dos alunos. Raramente os alunos aprendem com este clima. Eles gostam de participação, movimentos, novidades, desafios, não perder tempo etc.;
  2. O bagunceiro quer interromper algo que não está gostando. O aluno tem dificuldades em fazer algo que não gosta, que não entende, que não vê o significado do aprendizado;
  3. O bagunceiro não tem educação relacional, não sabe se comportar em grupo, só pensa em si mesmo, sem levar em consideração os interesses alheios;
  4.  O bagunceiro não consegue ficar parado e atento às aulas por ser muito agitado, disperso, desinteressado;
  5. O bagunceiro não aceita regras, quer impor o seu modo de ser às pessoas;
  6. O bagunceiro sente-se suficientemente forte para enfrentar professores ou qualquer outra autoridade docente;
  7. O bagunceiro não tem interesse em que a aula progrida e passa a fazer tudo para atrapalhar o professor;
  8. O bagunceiro não quer estudar, vai forçado para a escola, não gosta de nenhum professor e faz questão de agredi-lo, mesmo durante as aulas;
  9. O aluno necessita ser notado e valorizado de qualquer maneira, mesmo que seja fazendo bagunças;
  10. Todo aluno quer primeiro se enturmar e já na turma quer se sobressair seja no que for, inclusive nas bagunças etc.
Uma das melhores maneiras do professor lidar com as bagunças é tomar alguma atitude que seja mais interessante para todos os alunos da sala, inclusive o bagunceiro, desde que elas (bagunças) não causem danos materiais, transgressões às regras internas e externas à sala de aula, contravenções às leis, ferimentos físicos e sofrimentos psicológicos e/ou outros constrangimentos seja a quem for, paralisias, distorções e/ou prejuízos do bom funcionamento seja do que for.
Há bagunças que não são possíveis ser resolvidas no âmbito escolar. A estas, é preciso que a escola convoque os pais ou responsáveis pelo bagunceiro para se fazer um trabalho de parceria escola-pais do bagunceiro para que ele não manipule ninguém. O bagunceiro não fala a verdade sobre as suas ações aos seus pais que geralmente nem sabem o que seu filho anda aprontando. Falo sobre esta parceria no meu mais recente livro “Pais e Educadores de Alta Performance”.
Enquanto o bagunceiro não arcar com as conseqüências provocadas pelas suas ações, ele não encontra motivos para mudar estes comportamentos.