por Marina Azaredo
Muito se fala hoje sobre os poderes da tecnologia na Educação. Nós mesmos, aqui no Educar, já fizemos várias reportagens sobre o tema, como essa matéria que indica 40 sites educativos. A matéria teve sua primeira versão em 2009 e até hoje é uma das mais acessadas do nosso site, grande prova de realmente é um assunto de interesse dos nossos leitores.
Mas, diante de notícias de escolas que já adotaram tablets e lousas interativas, pergunta-se cada vez mais se tudo isso é eficaz para o que o Brasil realmente precisa: melhorar a qualidade do ensino e o desempenho escolar das nossas crianças e adolescentes. Pois um projeto recente da Dell mostrou que sim. Se aliada a programas pedagógicos, desenvolvimento de conteúdo, capacitação de professores e envolvimento da comunidade, a tecnologia tem, sim, poder de mudança.
O projeto Aula Interativa foi implantado em 23 escolas públicas de Hortolândia (SP), beneficiando mais de 6 mil alunos e 100 professores de 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental e 1º e 2º anos do Ensino Médio. Além de toda a parafernália tecnológica, que inclui lousa interativa, conexão sem fio, sistema de som, impressora e computador para professor, o Aula Interativa tem conteúdo desenvolvido por especialistas da Universidade de São Paulo (USP). E os professores envolvidos recebem treinamento para trabalhar com a nova metodologia pedagógica.
Os resultados do projeto foram avaliados pela Unesco e são bastante animadores: o rendimento em matemática dos alunos do Ensino Fundamental que participaram do projeto melhorou 20% — sete vezes mais que o grupo de controle, que foi apenas observado, e não recebeu o projeto. Segundo o estudo, 44% dos alunos responderam que aulas ministradas com tecnologia ficam mais interessantes e 54%, que estas aulas incentivaram o interesse pelo estudo.
Veja os depoimentos de uma professora e de uma estudante envolvidas no projeto:
“Este projeto é um meio de mostrar que a Educação no Brasil tem solução. É um começo de uma nova forma de educar – com inovação, interatividade e participação. Acho que esse é o caminho certo!”Ana Maria Gonçalves Rocha, professora de Português da Escola Estadual Professora Paulina Rosa
“Agora eu me interesso mais pela aula, porque ela é mais interessante e tem mais recursos, e aprendo melhor porque é bem mais fácil ver e ouvir o que está sendo ensinado.”Rebeca Cristina Silva de Oliveira, estudante da Escola Estadual Manoel Ignácio
A segunda etapa do projeto começou no início deste ano: os alunos receberam netbooks. Será que com computadores individuais o desempenho dos estudantes vai ficar ainda melhor? Vamos aguardar os resultados
domingo, 28 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Alunos bagunceiros
Por Içami Tiba
A bagunça é contagiante. A imitação é um forte componente do aprendizado infantil e juvenil, assim como é a necessidade de pertencer a um grupo. Existe um vínculo entre os enturmados que favorece com que um imite o outro. O grupo, ou turma, reforça o comportamento de um bagunceiro por dois motivos: sensações de prazer e de pertencimento. Em geral é a de pertencimento que gera a idéia: o que um faz, todos fazem.
Geralmente um aluno faz bagunça quando se sente respaldado pelo seu grupo. Raramente quem se sente isolado, fragilizado ou rejeitado faz bagunça a não ser para ser aceito pela “turma dos bagunceiros”.
As bagunças podem ter várias origens:
- A aula é muito parada, enfadonha e sonífera. A bagunça pode ser até um movimento de vida dos alunos. Raramente os alunos aprendem com este clima. Eles gostam de participação, movimentos, novidades, desafios, não perder tempo etc.;
- O bagunceiro quer interromper algo que não está gostando. O aluno tem dificuldades em fazer algo que não gosta, que não entende, que não vê o significado do aprendizado;
- O bagunceiro não tem educação relacional, não sabe se comportar em grupo, só pensa em si mesmo, sem levar em consideração os interesses alheios;
- O bagunceiro não consegue ficar parado e atento às aulas por ser muito agitado, disperso, desinteressado;
- O bagunceiro não aceita regras, quer impor o seu modo de ser às pessoas;
- O bagunceiro sente-se suficientemente forte para enfrentar professores ou qualquer outra autoridade docente;
- O bagunceiro não tem interesse em que a aula progrida e passa a fazer tudo para atrapalhar o professor;
- O bagunceiro não quer estudar, vai forçado para a escola, não gosta de nenhum professor e faz questão de agredi-lo, mesmo durante as aulas;
- O aluno necessita ser notado e valorizado de qualquer maneira, mesmo que seja fazendo bagunças;
- Todo aluno quer primeiro se enturmar e já na turma quer se sobressair seja no que for, inclusive nas bagunças etc.
Há bagunças que não são possíveis ser resolvidas no âmbito escolar. A estas, é preciso que a escola convoque os pais ou responsáveis pelo bagunceiro para se fazer um trabalho de parceria escola-pais do bagunceiro para que ele não manipule ninguém. O bagunceiro não fala a verdade sobre as suas ações aos seus pais que geralmente nem sabem o que seu filho anda aprontando. Falo sobre esta parceria no meu mais recente livro “Pais e Educadores de Alta Performance”.
Enquanto o bagunceiro não arcar com as conseqüências provocadas pelas suas ações, ele não encontra motivos para mudar estes comportamentos.
domingo, 7 de agosto de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)